sábado, 28 de abril de 2012

ROSTOS

Neste dia volto a compartilhar uma das poesias escritas por meu pai cujo pseudônimo era Amil Edram. Esta é especial para mim. Trata de rostos de pessoas que tantas vezes não vemos... Vale para uma reflexão. Deus abençoe a todos! Léo Lima

Rostos de gente... Face da história

Gosto de fitar os rostos,
Todos os rostos,
Que se me defrontam.
Gosto de vê-los,
Perscrutá-los.
Neles vejo retratada
Toda a história,
As mais das vezes inglória,
De toda a humanidade!

Olhar os rostos das crianças...
Meigas, inocentes,
Irriquietas, irreverentes,
Onde a história
Está no seu prêmio,
Nem sempre simples.
Vezes sem conta,
Um prefácio triste
Que nos fala de miséria,
Dor, desalento, abandono;

Introdução sem brilho
Para uma história imprevisível...
Outros entretanto,
Me parecem
De rebuscado estilo
Vibranrte, vivaz;
Exórdio a prometer no enredo
De longa vida a percorrer,
Legítimo combate
Sem vacilações, sem medo!

Ainda assim,
Apesar de incerto
O desenrolar da história,
Vejo no rosto das crianças,
Uma promessa, no vislumbre
Das mais aneladas esperanças...

Gosto de olhar no rosto,
A Mocidade:
Vejo ali desenrolar
A história em plena ação.
Luta. Vigor. Virilidade.

Os quadros mudam com incrível variedade...

Há lances heróicos, estupendos!
Há fracassos horrendos
Quando fugindo ao seu objetivo
Deixam-me levar
Por ideal esquivo...

Vejo em rostos jovens

A velhice precoce.
Vejo rosto que por mais que esforce,
Esconder não pode a frustração...

Vejo rostos alegres,
Francos, simpáticos,
Vejo rostos tristes,
Confusos, sorumbáticos.

Leio neles, quais feridas,
Um mundo de coisas sofridas,
De venturas sonhadas,
De esperanças não vividas!

Que dizer então, dos rostos anciãos?
Representam geralmente
O epílogo da história...
Como em muitas delas,
Apenas um epílogo...

Outros por contraste
Venceram o desgaste.
Estupenda conclusão!
Estão ante meus olhos
Como fecho glorioso,
Brilhante peroração!...    -  Amil Edram

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