Conclusão de ontem
Jó 19.23-25 “Quem me dera agora,
que as minhas palavras se escrevessem! Quem me dera que se gravassem num livro!
E que, com pena de ferro, e com chumbo, para sempre fossem esculpidas na rocha!
Porque eu sei que o meu Redentor vive, e que por fim se levantará sobre a terra.”
Justiça que afugenta
Mas com o acontecimento com aquela criança, pude ver mais uma coisa. Se
eu não tivesse conseguido chegar, de fato, até ela com minha atitude de me
deitar no chão, como ela estava; de falar a ela mostrando que eu também já
‘errara’, não poderia naquele momento de pânico em que ela se achava
comunicar-me com ela. Nós nos esquecemos de chegar e penetrar no mundo dos que
nos cercam, tentando conhecer e reconhecer o lado do outro. Ainda, nos
esquecemos facilmente de tudo que fizemos em cada fase da nossa vida. Então,
passamos a julgar cada atitude do nosso semelhante, especialmente, os mais
jovens. Censuramos os seus atos, cobramos desta mesma juventude, atitudes que,
na verdade, nós poderíamos estar desenvolvendo juntos. Nossas palavras podem
ferir...
Justiça verbal
Lembramos que a palavra, mesmo que não o queiramos, reflete os
nossos pensamentos. Jesus afirmou que: “O
que contamina o homem não é o que entra em seu coração, mas o que dele procede.”
Se nosso coração está cheio de pensamentos maus, de ira, de crítica, logo
nossas palavras serão cheias de desdém, desprezo, e mais, de insinuações. Quem
eram os fariseus para que Jesus fizesse a comparação que ele fez? Eles eram
pessoas cheias de si, que achavam que sabiam tudo, isto aos seus próprios
olhos. Eles se consideravam donos da verdade. Verdade arcaica pois não
queriam olhar o que havia de novo. O Messias! Jesus e sua graça. Jesus e seu
Poder! Jesus mesmo foi censurado por eles. E lhes disse: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Porque fechais o reino dos
céus diante dos homens; pois, vós não entrais, nem deixais entrar os que estão
entrando.” (Mateus 23.13).
“Portanto se a vossa justiça não
exceder a dos escribas e fariseus...” (Mateus 5.20). Como é forte esta
afirmação de Jesus. Sabemos que muitas vezes a nossa justiça é muito “nossa”,
sem desejarmos conhecer os motivos dos outros para qualquer atitude! Vejam só,
se nossos pensamentos se tornam em palavras, como podemos desejar que nossas
palavras venham a ser escritas?
O que seria escrito se seu pensamento estivesse retratado em suas
palavras? Este livro poderia ser lido por qualquer pessoa sem nenhum
constrangimento para você?
Mas o complemento deste versículo “Portanto se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus...”
diz que estas pessoas “de maneira nenhuma
entrariam no reino dos céus”. Podemos imaginar a força desta afirmação de
Jesus quando diz que estes não entrarão no reino dos céus? Jó buscava nos seus amigos um
pouco de justiça, mas o que eles tinham para oferecer eram censuras, era
somente adentrar na vida de Jó para descobrir o motivo que estava provocando
tanto mal. É isto o que geralmente acontece entre nós hoje. Pessoas que tentam nos
ajudar conseguem somente, de forma errada, interferir em nosso íntimo. Não
conseguem compartilhar, sofrer com nossa dor, ou mesmo sorrir com nossa
alegria! E isto Jesus abomina! O que nós precisamos é buscar no Senhor uma
maneira de sermos justos desde no tratamento conosco mesmos, pois muitas vezes
é daí que se inicia, por não sabermos nos julgar, ou ainda, por vermos do que
somos capazes, e isto, procuramos transferir para outros. Se nossa capacidade
em fazer determinada coisa é aguçada, logo achamos que outros podem fazê-lo
também! Precisamos deixar que a justiça aconteça naturalmente através de cada
um de nós, e mais, que tenhamos o mesmo ardor que Jó teve, sem medo, desejando ver nossas palavras escritas,
pois que ao exercitarmos a justiça, seremos
Justos!
Léo Lima
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