Hoje, no dia em que se recorda e comemora a ressurreição do Senhor
Jesus, compartilho mais uma das mensagens que o meu pai (pr. Manoel R. Lima)
escreveu. Para este dia em que os propósitos são renovados, vale lembrar o
ápice do cristianismo, pois sem a ressurreição não seríamos cristãos. O meu
desejo é que Deus fale ao seu coração e que sua vida seja repleta de paz e amor
junto a Jesus o Senhor que VIVE. - Léo Lima
Lucas 24.13-35
A leitura do texto
acima, nos apresenta o estado de desolação e desânimo em que caíram os
discípulos de Cristo, desde a sua condenação e morte. Jesus já previra tal
experiência quando lhes citou o trecho profético do Salmo que dizia: “...ferirei
o pastor e as ovelhas se dispersarão...”
Podemos somente imaginar,
ainda que vagamente, o que de tristeza, abatimento, perplexidade, indignação e
dor, ia na alma daqueles homens e mulheres que durante dias e meses,
acompanharam o doce Mestre nas suas peregrinações, através das vilas e cidades,
proclamando a vinda do reino de Deus, e realizando milagres e prodígios a vista
de todo o povo.
Agora, a esperança de
Israel, o Filho de Davi, aquele em quem os olhos de todos, por mais de uma vez,
estiveram fitos, como a querer penetrar no mistério daquele olhar tão simples e
meigo, era (para eles) como outro qualquer homem, um corpo inerte no túmulo de
pedra que o nobre senador, José de Arimatéia, cedeu, pois que nem túmulo havia
para Ele preparado. Quem pode avaliar tamanha perda, golpe mais cruel e
repentino que aquele que eles sofreram?
Mas, oh! maravilha do
poder de Deus! Enquanto os seus corações se confrangiam em dor e saudade, o
Senhor Jesus, já participava com eles dos seus pensamentos cheios de lamentos e
tristezas, para dissipar dos seus olhos aquela negra nuvem de temor e solidão.
Quando eles lastimavam
a sua perda, eis que Ele, sereno e compassivo, caminhava ao lado deles, embora
não o reconhecessem, por estarem os seus olhos voltados para a terra.
Exorta-os; faz com que eles percorram com Ele os sagrados textos que dEle
falavam para mostrar-lhes que era necessário que todas aquelas ocorrências se
verificassem, para que fosse cumprido o que dEle estava escrito. Mas
quando lhe foi manifesta a identidade do companheiro de jornada, no partir do
pão, eis que os seus olhos se iluminaram, e os seus corações davam saltos de
alegria por verem que a Palavra não falhou, quando lhes falava que havia de
ressuscitar ao terceiro dia... Saíram. Era mister voltar a Jerusalém para dar a
boa nova aos outros companheiros que lá ficaram.
Tinham uma mensagem
nova e grandiosa para transmitir e não podiam guardá-la só para si. Em
Jerusalém, entretanto, um grupo dos discípulos já tinha conhecimento do
importante acontecimento.
E testificavam: “Ressuscitou
verdadeiramente o Senhor.” Esta frase apontou um novo marco na
experiência daqueles rudes discípulos, e seria daquela hora em diante, uma
mensagem sempre nova e oportuna para os que estivessem sem esperança... Vejamos
o que ela nos diz:
I - Era a prova da
unção de Jesus
O nascimento do
Salvador fora revestido de circunstâncias especiais, misteriosas, que a seu
tempo, causou admiração e temor por parte da gente humilde, e inveja e ódio dos
poderosos...
O testemunho do Pai, a
Seu respeito foi presenciado apenas por algumas pessoas, dentre as quais, João
Batista, Pedro, João e Tiago, no monte da transfiguração e um grupo de pessoas
na ocasião em que alguns gregos quiseram vê-Lo.
É verdade que a fama
dos seus milagres e prodígios já se tinha espalhado por muitos lugares, mas
havia os que se recusavam a reconhecê-los como prova do Seu poder provindo de
Deus, dizendo que Ele operava aquelas maravilhas pelo espírito de Belzebú...
A sua morte fora uma
pregação muda e objetiva da realidade da sua personalidade divina, por todas as
circunstâncias que a cercaram. Ao morrer, o centurião testificava dEle,
dizendo: “Este verdadeiramente, era o Filho de Deus. Foi sepultado embaixo
de enorme peso dos nossos pecados, porém se levantou de novo, todo poderoso,
para justificar-nos e salvar-nos. Sua morte provou a grandeza do seu
amor; sua ressurreição manifesta de novo que seu amor havia logrado o seu
objetivo.”
A ressurreição foi a
completa derrota do pecado, da morte e do maligno. Jesus não morreu como
vítima. Ele morreu como conquistador. Sua vitória foi manifesta na
ressurreição. O apóstolo S. Pedro testificou no sermão do dia de pentecostes,
dizendo que “a sua alma não foi deixada no Hades, nem a sua carne viu a
corrupção”, concluindo: “Saiba, pois com certeza toda a casa de Israel
que a esse Jesus, a quem vós crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo.” O
que Pedro quis dizer quando afirmou que Deus o fizera Senhor e Cristo? O nome
de Jesus era descritivo da pessoa a quem eles conheceram como vivendo no seu
meio e a qual condenaram à morte. E agora Pedro lhes anunciou o surpreendente
fato de que Deus revertera o juizo de condenação sobre Jesus, exaltando-o a uma
posição de autoridade e poder que lhe pertence por direito como Senhor e Cristo
(ou Ungido). A posição que ele ocupava antes, no seu seio, não era sua posição
de direito. Ele estava presente como alguém de poder limitado, por fraqueza,
como mostra a vergonhosa morte que sofreu: Tal posição não será sua jamais.
Deus o exaltou. Deus o revestiu de autoridade e de poder universais. Seu poder
é poder espiritual, como o demonstrou o derramamento do Espírito Santo.
II - É a segurança da
nossa salvação
Jesus dissera aos seus
discípulos e a todos os judeus que O ouviam durante a festa da dedicação,
última em que Ele tomou parte: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e eu
conheço-as, e elas me seguem; e dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer,
e ninguém as arrebatará da minha mão.”
Que valor haveria
nestas palavras se aquele que as proferira tivesse ficado para sempre retido
nas ânsias da morte? Nada mais seriam que palavras ao vento, sem nenhum
sentido, sem nenhum poder. Cristo ressurreto, põe, pelo Espírito Santo, na boca
do apóstolo Paulo estas palavras: “... e se Cristo
não ressuscitou logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa
fé. Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de
todos os homens. Mas agora Cristo ressuscitou dos mortos e foi feito primícias
dos que dormem. Porque assim como a morte veio por um homem, também a
ressurreição dos mortos veio por um homem. Porque assim como todos morrem em
Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo.”
Podemos, portanto,
confiar nestas outras palavras de Jesus a Marta, quando da ressurreição de
Lázaro: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim, nunca morrerá,” porque,
“ressuscitou verdadeiramente o senhor.”
III - É a certeza do
juízo final
Depois das
irrefutáveis provas da sua natureza divina, do seu poder, da sua autoridade
como Ungido de Deus, da sua qualidade de Salvador dos homens não há como
fugirmos da sua presença quando ele vier na sua glória para o julgamento final.
Disso dá-nos certeza a sua palavra dizendo-nos através do livro de Hebreus: “Como
escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual,
começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que a
ouviram: “Testificando também Deus com eles, por sinais e milagres, e
várias maravilhas e dons do Espírito Santo, distribuídos por sua vontade?”
E ainda no livro de Atos 17.30-31: “Mas Deus, não tendo em conta os tempos
da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se
arrependam; por quanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o
mundo por meio do varão que para isso destinou; e disso deu a certeza a todos,
ressuscitando-o dos mortos.” Pois que, verdadeiramente ressuscitou o
Senhor.
Pr. Manoel Rodrigues de Lima