“À hora nona, clamou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá sabactâni? Que
quer dizer: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Marcos 15.34).
Na terceira
década da era Cristã, Jerusalém estava em grande alvoroço. Aquele era um dia
muito especial. Na cidade e região todos comentavam o ocorrido. A crucificação
se deu de forma diferente de todas as outras que ocorreram naqueles dias. Período
em que os romanos dominavam. Foram três cruzes que se ergueram no Gólgota. E, de
acordo com os comentários, um deles fora crucificado mesmo não tendo nada que o
desabonasse. - Jesus Cristo entre dois criminosos -. O Filho único de Deus entre
dois ladrões.
A natureza se
manifestou conforme os escritos dos seus seguidores quando diante do sofrimento
agonizante da cruz a noite se fez presente em plena três horas da tarde sendo
seguida de chuva torrencial. O véu do tempo se rasgou. A criação compartilhava
da agonia sofrida pelo Criador.
Ter sobre si e
sentir o pecado de toda uma humanidade fez com que Pai e Filho fossem afastados
por momentos que mais valeram por uma eternidade. A natureza era a pura
expressão do sentimento do Pai no momento final, pois para Deus o pecado é:
“uma qualidade implicitamente agressiva – uma crueldade, um ferimento, um
afastamento de Deus e do restante da humanidade, uma alienação parcial, ou um
ato de rebelião... O pecado possui uma qualidade voluntariosa, desafiadora ou
desleal: alguém é desafiado ou ofendido ou magoado”[1],
assim expressou John Stott (STOTT, 1991, p.81).
Deus, em sua santidade, não
poderia naquele exato momento estar ‘no’ Filho, era o ‘agora’ da expiação e o
Pai não tem comunhão com o pecado. Pode haver dor maior que deixar seu próprio
filho distante de si em um momento de tamanha dor? Alguns teólogos afirmam que
Deus sofreu a mesma dor do Filho.
Jesus exclamou: “Deus
meu, Deus meu, por que me
desamparaste?” por causa do meu e do seu pecado.
Léo Lima
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